Encontro Nacional de Estudantes de Educação Física - UFRGS, 25 a 29 de julho de 2008

Militantes do Coletivo Marxista presentes no XXIX ENEEF:

Boletim Especial para o

XXIX Encontro Nacional de Estudantes de Educação Física

PORTO ALEGRE, JULHO DE 2008

Olá, estudantes de Educação Física de todo o país presentes no XXIX ENEEF! Nós, do Coletivo Marxista, trazemos este boletim para nos apresentar e contribuir com os debates que serão travados neste importante espaço de discussão e organização das lutas do Movimento Estudantil de Educação Física e do Movimento Estudantil de maneira geral. Nossa organização surgiu em 2006, e defende a necessidade da unificação dos trabalhadores e da juventude para a superação revolucionária da sociedade capitalista. Por isso, atuamos nos movimentos sociais para garantir melhores condições de trabalho e estudo, em defesa dos direitos historicamente conquistados pela classe trabalhadora e pela juventude e, principalmente, para avançar na luta pela construção da sociedade socialista, rumo ao sonho histórico da construção da sociedade sem classes, o comunismo. Neste boletim, apresentamos uma análise das tarefas e desafios colocados para o movimento estudantil, pretendendo contribuir com o fortalecimento e consolidação do MEEF, para que possa cumprir suas tarefas diante dessa realidade.

A Executiva Nacional de Estudantes de Educação Física, surgida em 1992, construiu-se ao longo dos anos como uma importante referência para o movimento estudantil nacional. Para seu avanço, é fundamental a compreensão de que as lutas específicas dos estudantes de Educação Física estão relacionadas às lutas gerais do movimento estudantil e devem ser um instrumento para intervir de maneira transformadora na conjuntura. O MEEF precisa se posicionar e cumprir papel de protagonismo no processo de reorganização que ocorre nacionalmente com o movimento estudantil. Após voltar com força à cena política nacional, em 2007, ocupando reitorias e lutando em todo o país em defesa da educação, contra a política privatista do governo Lula/PT, o movimento atingiu um novo patamar. Vivemos, ao mesmo tempo, um momento de muitas potencialidades e marcado por uma série de indefinições. Nossas lutas e todo o seu potencial ainda esbarram em um conjunto de debilidades, que representam a necessidade da construção de um novo movimento estudantil, unificado nacionalmente e pautado pela independência e combatividade há muito abandonadas pela União Nacional dos Estudantes. Por isso, precisamos aceitar o desafio de construir o novo e falar claramente que a UNE não nos representa, pois é inimiga dos estudantes e defende os ataques à educação.

É preciso conferir um caráter nacional às nossas lutas, que despontam em todo o país. É daí que se depreende a importância da construção de uma nova entidade para avançarmos concretamente em nossas mobilizações. Precisamos compreender a construção de uma nova entidade e as lutas de base como um único e mesmo processo, e é justamente por isso que não podemos abandonar o debate da reorganização para construir “unidades” artificiais, em marcos rebaixados, que ignoram uma necessidade real do movimento estudantil e deixam a importante tarefa política da reconstrução de um movimento unificado nacionalmente “para depois”.

Defendemos a construção de uma nova entidade pela base. Para isso, precisamos assumir essa tarefa e, mais do que isso, a responsabilidade de imprimir ao dia-a-dia de nossa militância o conteúdo político da construção desta nova entidade. Apenas assim ela surgirá do calor das lutas e não será artificial. Precisamos, no dia-a-dia, iniciar a construção ampla e pela base de um Congresso Nacional de Estudantes, com eleição de delegados que representem a realidade das lutas em cada estrutura do Brasil. Esse Congresso é imprescindível para impulsionar as lutas que alavancaremos e, também, para pautar o debate da criação de uma nova entidade nacional para o ME.

É fundamental que os estudantes de Educação Física presentes no XXIX ENEEF cumpram esse papel histórico e coloquem sua entidade representativa nacional como vanguarda deste processo. A ExNEEF deve assumir o desafio de construção do novo e aprovar neste Encontro a convocação de um Congresso Nacional de Estudantes para o primeiro semestre de 2009, dando conseqüência política a esta resolução: é preciso avançar e não mais deixar as resoluções no abstrato. Precisamos voltar deste Encontro armados para o nosso dia-a-dia, com a indicação da ExNEEF como protagonista desse processo, inserida na Comissão Organizadora do Congresso, convocando as demais entidades e indicando já propostas de reuniões para iniciar sua discussão e construção. Aceitemos o desafio e construamos o novo movimento estudantil! “Sejamos realistas: exijamos o impossível!”