domingo, 31 de março de 2013

8 de março de 2013 no trágico país dos megaeventos



Comemoramos o dia 8 de março de 2013 num Brasil violento, pobre e maquiado para os meganegócios da Copa e Olimpíadas.

Mulheres, praias, favelas e espaços públicos transformados em mercadorias da hora, mais ou menos lucrativas dependendo do freguês, da procura e da oferta do mercado. As cidades dos megaeventos promovem remoções, privatizações e fechamento de hospitais e escolas públicas, criminalização ostensiva aos movimentos sociais e assassinatos diários de meninos, jovens e líderes sindicais. Jovens, trabalhadores, pobres, mendigos, dependentes químicos e índios, borrados sumariamente dos cartões postais nas metrópoles do consumo e da opressão. 

Neste 8 de março de 2013, quando o Brasil se prepara e se vende para os Megaeventos, comemoramos o heroísmo e resistência das mulheres trabalhadoras. Mulheres em dupla e tripla jornada, chefes de família, alvos de violência doméstica, de opressão, de discriminação e assassinatos.

Num Brasil, sétima economia mundial, os números sobre a condição da mulher são assustadores. Dados oficiais do ano de 2012 registram 88.685 relatos de agressão denunciados pelo serviço de atendimento telefônico no ligue 180. São 50.236 casos violência física contra a mulher e 1.686 relatos de abusos sexuais. Importante registrar que são números expressivamente subestimados, já que registram apenas parcialmente os relatos das grandes cidades. E, o mais dramático: esta é a única forma de se avaliar o número de agressões a mulheres no Brasil!

Respostas efetivas para modificar este quadro nos remetem ao resgate da sua origem. E assim buscamos sua origem na substituição do matriarcado pelo patriarcado, quando a acumulação de riquezas e o estabelecimento da propriedade privada empurraram a mulher para a reclusão e retiraram sua função social. A história continuou trazendo transformações e, no entanto, continua registrando que o caminho para plena igualdade e defesa dos direitos das mulheres passa pela  erradicação deste modelo irracional de sociedade, pautada no lucro, na exploração, na violência, na paz mantida pela guerra e na exploração de muitos para riqueza de poucos.

Lutar pela libertação das mulheres é lutar pela reforma agrária, pela moradia e por trabalho e condições de vida digna e igualitária.

No dia 8 de março de 2013, mirem-se no exemplo das trabalhadoras brasileiras que, com dignidade, protegem seus filhos do tráfico, da exploração sexual, da falta de saneamento básico, do lixo em toneladas na porta de suas casas, tornadas viveiros de ratos e de mosquito da dengue por falta  dos mais básicos serviços públicos.

No dia 8 de março de 2013, mirem-se no exemplo das trabalhadoras brasileiras que resistem quando submetidas às leis das milícias, da polícia e dos traficantes e, sobretudo quando resistem à lavagem cerebral de Pedro Bial e a toda tortura e violência alienante   veiculada na Venus Platinada.

No dia 8 de março de 2013, mirem-se no exemplo de coragem determinada das mães e mulheres desesperadas nos corredores e leitos de hospitais públicos, nas  filas intermináveis buscando vagas inexistente em escolas públicas precárias.

Neste 8 de março de 2013, nosso grito de unidade parte da garganta da mulher trabalhadora brasileira que, lutando por terra, moradia, educação e saúde, são o símbolo de coragem e esperança de transformação deste Brasil miserável num Brasil igualitário e livre da opressão.

Viva a mulher trabalhadora brasileira!

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