Podemos ver a cada
ano que passa, como o Dia Internacional da Mulher vem perdendo seu caráter de
luta. Pouco se debate sobre sua origem, conquistas e caráter político, e o
espaço para a construção de atos de rua e reivindicações de pautas especificas
se tornou escasso. O processo de desconstrução do 8 de Março deu lugar a mais
uma data “comercial”, apropriada para a vendagem de diversos produtos
direcionados ao público feminino.
E o que mudou desde
o 8 de março do ano passado? Com a chegada dos megaeventos e o aprofundamento
dos seus efeitos nefastos para a classe trabalhadora, as mobilizações contra os
aumentos das passagens de ônibus deram início a uma virada conjuntural no país.
Entrou em cena a população nas ruas em grandes manifestações, lutando por transporte
público de qualidade, por suas reais necessidades como saúde, educação, etc. E lá
estiveram – e ainda estão presentes – milhares de mulheres, trabalhadoras e
estudantes, somando às lutas também o seu repúdio à violência diária que jamais
deixara de oprimi-las.
Neste 8 de Março de 2014, num momento
em que o Brasil é entregue ainda mais aos empresários que lucram com os megaeventos,
celebramos a presença da mulher combativa nas ruas. Celebramos o heroísmo e a resistência
das mulheres trabalhadoras e da juventude. Mulheres em dupla e tripla
jornada de trabalho, chefes de família, excluídas das universidades, alvos de
violência doméstica, de opressão, de discriminação, de assassinatos e de demais
sintomas da barbárie imposta pelo sistema capitalista. Nesse momento se
torna ainda mais importante incentivar a participação das mulheres na vida
política, nas lutas do dia-a-dia!
Com o avanço de consciência da classe trabalhadora é
papel fundamental desta pôr fim às opressões, desde as mais “naturalizadas” até
as mais gritantes. As mulheres e as bandeiras do combate às opressões devem estar
desde já nas nossas fileiras.
Essa compreensão significa um grande passo para a
organização da classe trabalhadora e para a superação das opressões, mas
sabemos que só a superação do sistema capitalista trará para a mulher a
igualdade de que tanto falamos. Para isso, nossa unidade deve se dar a partir das organizações e
entidades realmente combativas e que representam a esquerda brasileira, e isso não
passa por construir marchas com setores governistas – como PT, CUT, UNE, etc. –
que em nada podem servir aos interesses históricos da mulher trabalhadora e da
classe como um todo.
Neste 8 de Março de
2014, nosso grito de unidade parte da garganta das mulheres trabalhadoras brasileiras que, lutando por terra, moradia, educação e saúde, são o símbolo de
coragem e esperança de transformação deste Brasil numa sociedade igualitária
e livre da opressão.
Viva a mulher trabalhadora brasileira!
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