Quarta-feira 12 de novembro será um dia para marcar a história do Colégio de Aplicação da UFRJ. Durante o segundo recreio do primeiro turno, o professor Gabriel Marques e os representantes do Centro Acadêmico de Educação Física e Dança da UFRJ Luiz Carlos e Vivian Dutra já convocavam o corpo discente do Colégio para participar da manifestação pelo lançamento da campanha contra a perseguição política no CAp-UFRJ e pela renovação do contrato do referido professor.
Após ser constrangido e pressionado politicamente em uma reunião do Setor de Educação Física, Gabriel é o único professor sob o regime de contratação temporária do Colégio que não terá seu contrato renovado para o ano de 2009. A Direção da Unidade e o Setor de Educação Física afinam o discurso, alegando motivos pedagógicos sem que sejam explicitados os critérios de avaliação de todo o trabalho do professor, elogiado ao longo de 2008 por alunos, pais e colegas de outros setores curriculares.
Durante a manifestação, o carro de som apresentou músicas clamando pela liberdade do exercício político e demonstrando reflexões acerca da sociedade em que vivemos. Além disso, diversas entidades tiveram espaço para explanar seu apoio à luta encaminhada nesse ano em que o Colégio de Aplicação comemora 60 anos de existência e em que recordamos os 40 anos do Maio de 1968.
No final do ato, a Direção do Colégio não queria receber a comissão que tinha como objetivo realizar a entrega da moção de repúdio, onde está apresentada a reivindicação da renovação do contrato do professor Gabriel Marques. Após alguns minutos de negociação, a comissão formada pelo próprio professor, pelo representante do ANDES-SN Waldyr Lins, pelo representante da AdUFRJ-Ssind José Miguel, pela representante do Movimento Universidade Crítica Vera Salim e pelo representante do Grêmio do CAp-UFRJ Vicente Saraiva realizou a entrega do documento, recebido pela Diretora Celina, pela Vice-Diretora Miriam e pelo Diretor Adjunto de Licenciatura e Prática de Ensino Fábio. Infelizmente, a AdUFRJ apresentou outro documento, exigindo os critérios adotados pela instituição para não renovar o contrato do professor, fragmentando as reivindicações apresentadas.
A moção de repúdio à perseguição política no CAp-UFRJ já conta com expressivas assinaturas de estudantes, funcionários e professores da UFRJ, além de diversos trabalhadores de outras instituições e diversas entidades que têm pautado a luta em defesa da Educação Pública.
O professor Gabriel Marques apresenta o caótico quadro da Educação Pública em nosso país e apresenta seu desconforto por conta da perseguição política sofrida dentro do CAp-UFRJ, conclamando estudantes, funcionários, professores e pais de alunos para se unirem contra o REUNI de Lula e em defesa da renovação de seu contrato. Vivian Dutra, representanto o Centro Acadêmico de Educação Física e Dança, entidade que tem sido referência na construção do novo Movimento Estudantil ao nível nacional, declara apoio à campanha contra a perseguição política. O professor Waldyr Lins (UFF), representando o ANDES-SN, sindicato dos docentes do Ensino Superior, marca presença na manifestação em volta do CAp e entrega o documento à Direção do CAp ao final do ato.
O Grêmio Estudantil do CAp-UFRJ manifesta o seu apoio à luta, demonstrando contrariedade à perseguição política sofrida pelo professor Gabriel Marques. Na porta do Colégio, diversos estudantes se incorporam à campanha, solicitando o adesivo e participando da passeata ao redor do CAp.
Luiz Carlos, pelo Centro Acadêmico de Educação Física e Dança; Leila Leal, pelo Movimento Quem Vem Com Tudo Não Cansa, minoria do Diretório Central dos Estudantes da UFRJ (DCE Mario Prata); e as dezenas de manifestantes que participaram da caminhada ao redor do CAp antes da entrega da moção à Direção da Unidade.
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