As intensas mobilizações que se alastram pelo Brasil deixaram claro que com luta e organização coletiva é possível conquistar
avanços no combate à vergonhosa opressão da grande maioria da população por um
punhado de ricos e poderosos. As lutas contra o aumento das tarifas libertaram
gritos reprimidos que pedem o fim da exploração, da humilhação e da brutal violência
contra os trabalhadores e a juventude brasileira. As diversas reivindicações
revelam a insatisfação geral com a implementação das políticas neoliberais de
arrocho, privatização e retirada de direitos implantadas pelo governo Dilma/PT e
seus aliados, que deram sequência ao projeto implementado nos anos de governo
da direita tradicional brasileira. E na dinâmica acelerada das lutas se impõe,
já, como imprescindível, a tarefa maior de entrada da classe trabalhadora de
forma organizada no combate contra os meganegócios que transformaram o Brasil
num dos importantes centros de realização dos lucros do capital.
Neste cenário, o Coletivo Marxista saúda o protagonismo da classe
trabalhadora que vem para as ruas organizada em seus sindicatos, partidos,
associações de bairros e favelas. Estamos nas ruas lutando por políticas
públicas e em contraposição à farra imobiliária promovida pelos megaeventos e a
vergonhosa repressão do Estado e da polícia militarizada e seus braços
paramilitares.
Construir
o dia 11 de julho se impõe como a tarefa para o desafio maior que é a de preparação e construção de uma greve
geral, caminho indispensável para o avanço das lutas e mobilizações.E, sabemos,
que greve geral só é vitoriosa se enraizada nas categorias e construída pela
base através das reivindicações específicas que, uma vez unificadas, colocarão
a luta num patamar superior. E isto exige muito mais do uma convocação pelas
centrais sindicais a partir de acordos superestruturais.
11 de julho será um dia de greves, paralisações
e lutas que exigirá de nós o grande desafio de demonstrar quem são aqueles
realmente empenhados em mudar esta injusta ordem social. Sabemos que a convocação
superestrutural e em conjunto com as centrais sindicais pelegas e governistas
traz uma série de contradições. A CUT atua, fundamentalmente, para impor a pauta
governista e tentar desviar as reivindicações concretas para a saída
desmobilizante da Reforma Política proposta por Dilma. E o conjunto das
centrais pelegas (Força Sindical, UGT, NTSC, CTB, CGTB), não identificadas com
as demandas e lutas concretas dos trabalhadores e suas categorias, não têm
qualquer interesse em alavancar uma luta independente que se choque com os
interesses dos grandes empresários e governos que atuam em seu favor. De nosso ponto de vista, a postura do setor
majoritário da CSP-Conlutas, central que reivindicamos, é negativa no sentido
de tratar como espaço prioritário e detonador do dia de lutas o chamado “Espaço
Unidade de Ação”, que compõe com as centrais pelegas, e convocar
prioritariamente o dia 11 por essa superestrutura e não associada ao
(re)nascente movimento de massas brasileiro.
É,
portanto, nosso dever construir um bloco classista, junto à CSP-Conlutas e
demais setores da esquerda anti-governista, e gritar nossas palavras de ordem,
que nos diferenciem daqueles que defendem o Governo Dilma e todos os seus
aliados. Mais do que isso, precisamos ser capazes de associar a luta da classe
trabalhadora organizada e seus organismos às dinâmicas e processos políticos
produzidos pelo ascenso, unificando as pautas e a organização independente do
conjunto dos trabalhadores, da juventude e dos setores oprimidos e explorados
rumo a uma organização pela base que seja capaz de expressar as reais
insatisfações desse segmentos e lutar com independência e autonomia por suas
reivindicações.
O Coletivo Marxista,
presente nas lutas pela construção de uma sociedade sem classes e igualitária,
estará nas ruas engrossando a fileira daqueles que exigem e constroem um dia de
luta combativo, diferenciado e em oposição às centrais sindicais pelegas. Será
preciso apresentar uma pauta combativa para mostrar claramente quem são aqueles que carregam
as bandeiras de mudanças e quem está nas ruas cumprindo, mais uma vez, o papel
de frear as revindicações e lutas da classe trabalhadora e da juventude.
Nas ruas, nas praças, nas fábricas
e favelas, empunharemos as bandeiras que exigem uma radical transformação social:
Contra a privatização da saúde e
da educação pública! 10% do PIB para educação pública, fora OSs e OSCIPS e pelo
financiamento pleno do SUS.
Pela estatização do transporte
urbano com tarifa zero!
Contra os leilões do petróleo!
Contra a realização de
megaeventos e pelo fim da vergonhosa privatização do Maracanã!
Contra as remoções e
criminalização dos movimentos sociais e ativistas políticos.
Pela imediata libertação dos
manifestantes presos!
Um comentário:
Vai acontecer mesmo a paralisação amanhã?
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